A fila de espera do Auxílio Brasil atingiu o maior nível de demandas reprimidas em seis meses. Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou que 2,7 milhões de famílias aptas a receber aguardavam pelo benefício em abril deste ano.

De acordo com o estudo da CNM, essa é considerada a maior fila desde novembro de 2021, quando houve a troca do Bolsa Família para o Auxílio Brasil e mais de 3,1 milhões de famílias estavam à espera da aprovação para receber o benefício.

O documento também traz informações sobre a demanda reprimida em quantidade de pessoas, que bateu 5,3 milhões em abril passado. Já a menor fila foi registrada no mês de janeiro/22, quando o governo incluiu mais de 3 milhões de novos beneficiários no programa.

Veja alguns dados do acompanhamento feito pela confederação (dados de julho/21 são do Bolsa Família):

Quantidade de pessoas esperando pelo Bolsa Família/Auxílio Brasil

  • Julho/2021: 4.944.872 (2,4 milhões de famílias)
  • Novembro/2021: 6.349.324 (3,1 milhões de famílias)
  • Janeiro/2022: 827.615 (434 mil famílias)
  • Fevereiro/2022: 2.043.888 (1,05 milhão de famílias)
  • Março/2022: 2.449.542 (1,3 milhão de famílias)
  • Abril/2022: 5.031.743 (2,7 milhões de famílias)

Governo vai ampliar benefício para 20 milhões

A última parcela do Auxílio Brasil foi para para 18,15 milhões de famílias no mês de junho e esse número deve ser ampliado para mais de 20 milhões em breve.

Foi aprovada na noite de ontem (13) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC dos benefícios) que institui estado de emergência até 31 de dezembro de 2022 e autoriza o governo a investir em programas sociais para além do teto gastos em ano eleitoral, ação vedada pela legislação.

Com o aval dos deputados e senadores, o presidente Jair Bolsonaro poderá gastar agora R$ 41,25 bilhões até o final de 2022 para turbinar programas como o Auxílio Brasil, o Auxílio Gás dos Brasileiros, Alimenta Brasil e criar um auxílio emergencial que vai beneficiar caminhoneiros e taxistas.

Somente no âmbito do Auxílio Brasil serão repassados R$ 26 bilhões para elevar o ticket médio de R$ 400 para R$ 600 até o fim do ano, além de incluir mais 2 milhões de pessoas no programa. Segundo o governo, essa ação deve zerar a fila de espera do benefício.

Auxílio Brasil de R$ 600: quem tem direito?

O levantamento aponta que o aumento da fila pode ser justificado pela alteração nas faixas de renda que definem a entrada de pessoas no programa social. A partir de novembro, a renda per capita para famílias de extrema pobreza receberem o Auxílio Brasil passou de R$ 89 para R$ 105.

Já famílias em situação de pobreza agora precisam comprovar renda entre R$ 105,01 e R$ 210 para receber os R$ 600. Antes, o intervalo era de R$ 89,01 e R$ 178 no programa Bolsa Família.

Além de cumprir com os critérios de renda estipulados pelo programa, a família ainda deve obrigatoriamente estar inscrita no Cadastro Único (Cadúnico) e manter as informações sobre todos os integrantes do grupo familiar atualizadas.

Como saber se fui aprovado no Auxílio Brasil?

De acordo com o Mnistério da Cidadania, as famílias selecionadas recebem um comunicado via carta entregue pelos Correios com orientações gerais sobre o programa e o novo cartão do Auxílio Brasil. O material é enviado para o endereço informado pelo Responsável Familiar no Cadastro Único.

Outra forma de saber se a família está apta a receber o benefício é fazendo a consulta pelo CPF no aplicativo do Auxílio Brasil. O app informa a situação do benefício, o valor que a família irá receber e o calendário de pagametno conforme o NIS.

O aplicativo do Cadastro Único também oferece diversos serviços, entre eles a consulta aos benefícios recebidos pela família. Pelo app do Cadúnico o integrante da família poderá emitir o comprovante de cadastro, fazer a consulta do NIS, verificar a última vez em que o cadastro foi atualizado e fazer a atualização cadastral por confirmação.

É importante lembrar que não existe cadastro para receber o Auxílio Brasil. As famílias são selecionadas a partir do Cadastro Único para Programas Sociais do governo, base de dados que reúne informações sobre os brasileiros que vivem em situação de vulnerabilidade social.